“Vejo a vida como uma música, com altos e baixos, mas sempre com a beleza da dança.”
Maria Donas, 18 anos
Por coisas que nunca passei, gostava de as relembrar. Eu só o lunático X.”
Nelson Xizeman, 26 anos
“Eu sou uma típica menina do centro histórico.”
Catarina Castro Abreu, 27 anos
“Esta é a casa dos meus avós. Aqui passei grande parte da minha infância e é nesta casa que desenvolvo os meus estudos.”
Francisco Brito, 28 anos
“Este é o meu Rex!!! Não, não é a minha Lassie. É o meu companheiro de vida. Este é o lugar onde crescemos.”
Ana Sousa, 23 anos
Se eu não puder me destacar pelo talento, venço pelo esforço.”
Diogo Barroso, 17 anos
“Adoro praticar desporto… e quem pratica sabe a que me refiro… torna-se um vício, um bom vício!”
Vanessa Teixeira, 25 anos
“Sou transparente e digo o que sinto… e é tudo o que espero de quem vive nesta casa…”
Rosana Pereira, 29 anos
“Vamos ser um papagaio do Ocidente ou vamos dar ao mundo um mundo novo?”
Admilson Cabral, 26 anos
“Gosto do amor, o amor é aquilo que mais horas de pensamento e vida me toma e adoro!”
Ana Caldas, 29 anos
“Somos o que somos, fruto do caminho que percorrermos! A espalhar o amor desde 1987.”
Tiago Teixeira, 25 anos
“Se queres saber… descobre…”
Nuno Santos, 22 anos
Queria ser pássaro, sempre livre, voar. Ir, regressar. Combater o vento, lutar.”
Inês Almendra, 17 anos
“Sou feliz como sou. Posso não ter tudo o que amo mas amo tudo o que tenho.”
Joel Oliveira, 21 anos
“Vivo para dar vida.”
Joana Oliveira, 22 anos
“Kaya, a Musa que me acompanha.”
Pedro Martins, 24 anos
“Actriz desempregada procura projecto interessante e remunerado. afelixmarta@gmail.com”
Marta Felix, 23 anos
“Motherfuckers never die.”
Luís Dias de Carvalho, 29 anos
Work by Pauliana Valente Pimentel realized in July 2012
within the frame of Sweet & Tender / On. Off Laboratório de Criatividade Urbana (Urban Cerativity Laboratory),
Guimarães 2012 programme project.
«Confessionário: lugar onde o sacerdote ouve confissões; tribunal de penitência.»
(in Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Texto Editores)
Parafraseando a oração da Igreja Católica, «eu, jovem, me confesso» é o que estas imagens de Pauliana v. Pimentel parecem quer transmitir. O pecado, entenda-se aqui na sua acepção metafórica, esse, será, porventura, o de existirem neste tempo incerto, indefinido, em que a velocidade dos dias teima em diluir as causas e os valores. Os retratos destes jovens, seduzidos pela câmera de Pauliana V. Pimentel, qual sacerdote, numa intensa entrega e cúmplice partilha de vidas, confessam, também, esse (sempre) aparente paradoxo que é a juventude: a força da vida, a sensação de imortalidade e de eterna possibilidade, com a insegurança do emprego, a instabilidade de uma sociedade distinta da que sonharam, e de um futuro que está ainda por construir. A rebeldia, a insatisfação, a crença absoluta no sonho, a vontade de lutar pelos ideais olham-nos de frente e fazem-nos voltar a acreditar que podemos dar “ao mundo um mundo novo”. A penitência, como remissão dos “pecados”, essa depende apenas de cada um. Porém, os retratos de Pauliana V. Pimentel clamam a nós, publico, não por clemência, mas por verdade. Uma verdade que se sente nos olhares dos retratos. Uma verdade emergida pela sensibilidade e capacidade artísticas de Pauliana V. Pimentel. Uma verdade humanista, «por sua culpa, sua tão grande culpa».
Lisboa, 25 de Julho de 2012
Ana Matos
(Directora artística da Galeria das Salgadeiras e Curadora)